AutoEstima

Nós, mulheres, vivemos nossa história sendo oprimidas e presas a padrões e comportamentos que não cabíamos, mas éramos obrigadas a nos enfiar. Nos últimos anos cada vez mais se tem discutido sobre nossa liberdade de ser do jeito que somos e o como somos incríveis por isso. Autoestima é um termo que vem sendo cada vez mais popularizado, e é incrível ver como esse movimento de auto aceitação e amor próprio cresce. O problema é que às vezes algumas pessoas começam a colocar novas regras até sobre conceitos de liberdade e começam a serem criadas novas amarras disfarçadas.

Não, ninguém é perfeito e sem defeitos.

Você, eu, suas amigas, as minhas, todas nós temos qualidades e defeitos, coisas boas e ruins, pontos fortes e fracos. E por mais que muitos lugares na internet batam o martelo de que autoestima é você viver num constante estado se se sentir perfeita e maravilhosa, na verdade AUTOESTIMA é sobre termos carinho, respeito e admiração por nós. É basicamente a definição de "estima", aplicada A VOCÊ MESMA.

ESTIMA. substantivo feminino. 1. sentimento de carinho ou de apreço em relação a alguém ou algo; afeição, afeto. 2. admiração e respeito que se sente por alguém, advindos do reconhecimento de seu valor moral, profissional etc.

Mas por que é importante eu também ter carinho e respeito pelas coisas ruins que tem em mim? Bem, a questão é que não importa o quanto repita mantras, todo mundo acorda em dias ruins de vez em quando. Eles sempre vão existir. Da mesma forma, todo mundo tem coisas que não são incríveis e maravilhosas e o processo de autoestima e autoconhecimento passa justamente por você se reconhecer nessas coisas como partes de você, entender de onde elas vem, por que estão ali e que tudo bem você tê-las.

É isso que faz de nós humanos e únicos.

De qualquer forma, é um processo longo e com muitas dificuldades. Aprendemos a vida toda que temos que ignorar sentimentos como tristeza, raiva, ciúmes, mas eles estão aí e são inerentes a nós. O pulo do gato reside justamente em compreendermos as dimensões deles e acolhe-los, para que possamos trabalhar neles e dar o mesmo respeito e carinho que os sentimentos de alegria, felicidade e amor. Talvez você consiga fazer isso sozinha, talvez você precise de ajuda profissional pra isso, mas o mais importante é começar e não se prender a receitas de bolo sobre o que ser e como ser, se não a gente acaba caindo em uma nova forma de repressão que nos obriga a ser algo que não somos (pelo menos não todos os dias).